6.3.08

Castanho, por favor

A cor e o corte do cabelo determinam, sem dúvida, o estilo de uma pessoa. E, quando os cabeleireiros são bons, mais que o estilo conseguem também enaltecer a beleza do rosto e disfarçar as imperfeições do mesmo. Quando os cabeleireiros são bons, o tom do cabelo e a quantidade de tesouradas são estrategicamente escolhidos, com base na análise dos contornos do rosto, da cor dos olhos, do nariz, da espessura (e a cor) das sobrancelhas, das maçãs do rosto, do perfil...
Às vezes, somos nós que estipulamos aquilo que queremos fazer e não cedemos a pressões. Mas pelo menos assim, se ficar mal, fomos nós que escolhemos.
O pior é quando vamos com uma ideia fixa, nos fazem mudar de ideias, põe-nos nas mãos de um aprendiz que nem tem gosto nem jeito - só lá está porque tem de trabalhar -, e deixam-no estar à-vontade a fazer aquilo (o pouco) que lhe ensinaram. Resultado: essa pessoa não tem talento, só sabe fazer uma coisa de uma maneira e, consequentemente, faz igual para todas as pessoas, independentemente do aspecto destas.
Eu só queria pintar o cabelo de castanho, para uniformizar a cor, e saí de lá loira (quase) platinada, com as madeixas da grossura de um trincha para pintar ombreiras... porque, segundo a senhora, assim disfarçava mais a raiz... Quando a cabeleireira me começou a secar o cabelo, nem queria acreditar no que estava a ver. Disse-lhe de imediato que não gostava do resultado e, primeiro, começou com a conversa do "feio tava o cabelo antes, agora é que tá muita giro", e continuou com: "você é que sabe, se quiser posso escurecê-lo já, mas olhe que está aqui um excelente trabalho". Tive tanto medo de voltar a pôr o meu cabelo naquelas mãos, que disse que ia pensar...
Hoje vou ao mais fantástico cabeleireiro do mundo para ele me salvar...

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